sábado, 7 de julho de 2012

FARDO DE NÓ(i)S



até quando ouvirei o sangue de meu povo sendo sugado?
a fome do meu povo sendo ignorada?
a sede do meu povo sendo esquecida...?
a educação e a saúde sendo dizimadas...?
dói o coração, dói o corpo
dói a alma, a dor de meu povo
queria chorar e chorar
talvez a dor passa,
mas nem forças tenho mais
não me sinto cidadão
me sinto um castigado e desprezado
condenado pelo fato
de ter nascido em berço desfavorável
onde estão os revolucionários?
Onde estão os que sentirão a dor?
Há alguém que se importe?
Há alguém que se incomode?
Há alguém?
Que chore por mim,
Que ande por mim,
Que faça por mim,
Que fale por mim?
Sou uma esperança moribunda,
Que agora só espera o fim de tudo,
Que se extinguiu de tanto dar votos de confiança
A políticos que me deixam órfão
A homens que me estendem a mão para falar comigo
Dão tapinhas, me chamam de amigo
Mas quando se vão ao lugar chamado poder,
Esquecem e ignoram todo o meu sofrer
Estou sendo dizimado de fato,
E o que mais dói é saber que quem me dizima
É o próprio que me promete a esperança
É o mesmo que me pede um voto de confiança

quinta-feira, 5 de julho de 2012

À minha Amada, à Minha Pátria!



Deixem eu rimar meus versos!
Deixem eu erguer minha voz!
Que minh’alma está angustiada
Com esta realidade atroz,
Permitam-me ser arrogante
E talvez, agora, delirante...
Não estranhem meu perecer
Estou moribunda,
 Preciso meu gemido, erguer!
Ouvirás, ó Pátria Amada?
Acolherás, ó Mãe Gentil?
 Pobre e exausta, pela política designada...
Sou eu, Educação do Brasil!

Venham e vejam!
Olhem e não mais ignorem!
Meus agozes me devoram!
Teus filhos hão de receber
Os retalhos do que me resta
A ignorância do meu ser...
Minha Terra Rica,
Do que adianta aos outros, tua riqueza oferecer?
E desdenhares dos agonizantes e protagonistas
Da história do saber?
Volta aos teus filhos, Pátria Amada!
Volve de tua podridão,
Faz resplandecer teu povo forte
Valoriza, ó meu Brasil, a tua Educação!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Degustação



Viu a luz refletindo sobre a pele avermelhada
Sentiu-se atraída e admirada
E aquela aparência lhe conquistara
Foi em busca daquela linda e desejada

Ergueu sutilmente as mãos
Deslizando pela superfície
Tomou-a entre os dedos,
Degustou-lhe o sabor
Suculento e macio
Era a fruta do seu desejo
Numa tarde de calor
Prazerosamente desfrutou
Sem pressa...
E alimentara a alma
Porque da vida aprendera
Não se deve apenas colher o desejo
Deve-se saborear em cada passo a conquista 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Êxtase

Paixão
            Calor
Sedução
                      Amantes
Vivendo
                     Entrelaçadamente
Sentimento
                   Envolvente
Passos
                  Apressados
Rendem-se
                Permitem-se
Apenas
              constroem
imediato
           sexo
extasiados
           orgasmos!
         
         

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ao Cair da Tarde


E ao cair da tarde
Lá estava ela, sendo contemplada
O vento que a tocava, suspirava ao ouvido
Que teria valido tudo... 
Aceitar o destino...
Os pássaros cantavam e a mente respirava a vida
Que lhe inspirava a reconhecer os detalhes que outrora esquecera

A ingenuidade do que sonhara a fazia ser reconhecida pelo sol
Em mais um dia...
Era a mesma menina, 
As travessuras agora não eram as mesmas,
Mas o olhar da menina não pode deixar de ser contemplada pela luz do sol acalorada no fim de tarde 

foi este mais um dia...

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Transpiração




Quando encontro o teu olhar
Meus olhos transpiram de encontro aos teus
Meu coração é o radar que pulsa incansavelmente ao detectar
Tua presença...
Me Faz querer te tocar
O toque que fala da arte de amar
Tangendo o sentimento que em mim faz transbordar
Encontrando teu olhar... minh’alma reage em trans piração
Sentir tua pele, respirar o teu cheiro
Engolir tua saliva e suspirar o desejo
Voraz de conjugar a mesma cena
O mesmo pulsar, o mesmo calor,
Ardente paixão
No encontro da transpiração

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Despedindo-me de São Luís...



Ilha do Amor
Que verso poderia descrever
Que histórico para detalhar
O tempo que aqui morei... momentos que me fez passar

À primeira vista 
Tu me foste como algo a desejar
Não me encheste os olhos, nem tão pouco o coração...
Fiquei a te comparar, e a me perguntar até quando estarei neste lugar...

Mas o cotidiano foi me envolvendo
O calor do povo que foi me abraçando...
E as comparações que fui esquecendo...
Fechei os olhos para teus defeitos
Comecei a te apreciar...

Descobri que como você, a vida me deixou buracos a remendar,
Descobri que como você necessito minha esperança alimentar,
Descobri que embora muita vezes sozinha, 
Com o sussurrar do teu mar eu poderia relaxar...

Obrigada Ilha do Amor, por me ensinar,
Obrigada por me ajudar e ver as coisas além do que elas são,
A olhar com os olhos do coração,
Obrigada meu Deus por este lugar,
Às vezes chamado Ilha do Amor,
Outras vezes Ilha do Bumba-boi,
E carinhosamente São Luís do "Mará"...

Onde quer que eu for, 
vou lembrar 
De São Luís, 
Ilha do Amor,

Tua história agora faz parte da minha vida,
Os amigos que conheci e que me fizeram acreditar
Melhores dias hão de vir
Para mim e para São Luís do "Mará"...

Um dia eu volto a te encontrar,
Meus pés ainda vão trilhar 
O caminho da beira-mar
As praias e praças deste lugar

Enquanto isso vou me embora 
Agradecida pelas dificuldades, que me ensinaram muito
Agradecida pelos milagres, que não foram poucos
E pelo o que não vivi, agradeço também,
Pois tudo agora é minha história
Parte da minha memória...
.
.
.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Tempo


O tempo não é uma invenção do homem
E homem tenta a todo custo controlar o tempo
Que tanto tempo tem,
que ao homem não convém
Segurá-lo pela mão ou pelo pulso,

O tempo não espera
Calmamente ele passa, entre os dedos,
Entre os olhares, entre os gestos,
Entre a fala e o silêncio,
O tempo corre e discorre,
O homem se agita e tenta contra o tempo,
Contradizer o tempo que ele não tem.

O homem continua, e o tempo observa,
O tempo não pára, o homem se apressa,
O homem diz que pode controlar o tempo,
O homem quer se convencer que o tempo é dele,

O tempo continua no silêncio da vida,
Passando e continuando, no momento certo,
Ele, o tempo, revela que não adianta
Querer ajudar o próprio tempo,
O homem se apressa, mas nunca terá o tempo,
O tempo passa pelo homem e o homem corre contra o tempo...