até quando ouvirei o
sangue de meu povo sendo sugado?
a fome do meu povo sendo
ignorada?
a sede do meu povo sendo
esquecida...?
a educação e a saúde
sendo dizimadas...?
dói o coração, dói o
corpo
dói a alma, a dor de meu
povo
queria chorar e chorar
talvez a dor passa,
mas nem forças tenho mais
não me sinto cidadão
me sinto um castigado e
desprezado
condenado pelo fato
de ter nascido em berço
desfavorável
onde estão os
revolucionários?
Onde estão os que
sentirão a dor?
Há alguém que se importe?
Há alguém que se
incomode?
Há alguém?
Que chore por mim,
Que ande por mim,
Que faça por mim,
Que fale por mim?
Sou uma esperança
moribunda,
Que agora só espera o fim
de tudo,
Que se extinguiu de tanto
dar votos de confiança
A políticos que me deixam
órfão
A homens que me estendem
a mão para falar comigo
Dão tapinhas, me chamam
de amigo
Mas quando se vão ao
lugar chamado poder,
Esquecem e ignoram todo o
meu sofrer
Estou sendo dizimado de
fato,
E o que mais dói é saber
que quem me dizima
É o próprio que me
promete a esperança
É o mesmo que me pede um
voto de confiança